sexta-feira, 21 de março de 2014

21 de Março - Dia da Árvore




O Dia da Árvore é sempre uma ocasião especial para recordar que, as árvores são surpreendentes fontes de vida. 


Ao longo dos seus troncos e por entre a maior ou menor profusão de folhas, inúmeros insectos repousam, alimentam-se, reproduzem-se e vivem. 

À sua sombra e no solo húmido crescem diversos fungos, nem todos bons para o consumo humano, mas todos com funções ecológicas bem definidas, nomeadamente, no ciclo da matéria orgânica. 

Quando suficientemente desenvolvidas, as árvores fornecem alimento e abrigo a uma variedade de espécies animais. 

Borboletas, diurnas e nocturnas, conseguem camuflar-se e passar muitas vezes despercebidas quando pousadas nos troncos e ramagens das árvores. Contudo, a especialização adquirida pelos pássaros insectívoros permite-lhes que aquelas criaturas também integrem as suas dietas, complementadas, com outras espécies de insectos. 

Os pássaros granívoros e alguns mamíferos alimentam-se das bagas arbóreas e é entre as árvores que encontram esconderijos essenciais para a procriação. 

Quando as árvores se encontram próximo dos cursos de água, as suas funções de suporte de vida amplificam-se. Desde a retenção do excesso de água no solo, à estabilização das margens, as árvores são elementos essenciais da paisagem ribeirinha. E é também aqui que as árvores redobram de importância para os animais silvestres. Aves de rapina e garças tendem a usá-las como locais estratégicos para mais facilmente obterem alimento e estabelecerem os seus ninhos. 

Vegetação ribeirinha antes do aparecimento do
Parque Urbano de Ovar (Março 2011)

Mas, árvores sem vegetação arbustiva em redor formam sem dúvida um ecossistema adulterado. 

Os arbustos, de portes variáveis, nas margens dos cursos de água são a primeira e fundamental barreira para a estabilização das margens aquando das cheias. E não só. Permitem a ocupação dos cursos de água por espécies aquáticas, como, lontras, galinhas-d'água, galeirões, garças e diversos passeriformes.

É por isso que, parques românticos, ricamente plantados de árvores e corações relvados, mas pobres de vegetação ribeirinha, regalam a vista e satisfazem o lazer mas não valorizam o património natural local.


Parque Urbano de Ovar (actualidade)
Vale a pena ponderar!



sexta-feira, 7 de março de 2014

Vamos salvar a Duna dos Caldeirões!

No primeiro dia do corrente mês tive a oportunidade de estar presente, mais uma vez a convite da COREMA, no concelho de Caminha, para presenciar in loco os estragos causados pelo mar neste sector do litoral minhoto e avaliar formas de intervenção. 





Desta vez o motivo principal foi a destruição da Duna dos Caldeirões, em Vila Praia de Âncora, como resultado das fortes investidas do mar nas últimas semanas. 





A importância desta temática fez com que o vice-presidente da Câmara Municipal de Caminha estivesse presente durante a parte da manhã aquando da visita à praia afectada.

Durante a tarde decorreu um plenário, no salão dos Bombeiros Voluntários locais, onde marcaram presença, além de membros da associação COREMA e do vice-presidente da Câmara, representantes da Associação de Pescadores de Âncora, membros de outras associações culturais, bem como diversos munícipes. 


A sessão foi iniciada com a projecção de fotos de anos anteriores e presentes onde se constatava o grande recuo no perfil da linha costeira no litoral do concelho de Caminha. Posteriormente tive a oportunidade de mostrar perante os presentes quais os sectores do litoral norte do país com maiores probabilidades de erosão, particularizando o caso do litoral de Caminha.





A terceira parte deste encontro consistiu no intenso e prolongado debate entre convidado e presentes em torno das melhores opções a tomar no futuro próximo para reabilitação deste sector costeiro.


Foi desta forma que, juntamente com uma associação ambientalista e uma sala cheia de cidadãos preocupados com a sua terra, dei o meu contributo na salvaguarda da Duna dos Caldeirões.