terça-feira, 13 de julho de 2010

Fora de portas (2) - Vamos Limpar Portugal?

Há uns dias referi-me à grande quantidade de lixo que é abandonado na margem da Ria de Aveiro, ao longo da estrada nacional 327, sobretudo entre o Muranzel e S. Jacinto. Contudo, se caminharmos na outra berma da estrada o cenário repete-se.....pois os picniqueiros de fim-de-semana esquecem-se quase sempre de recolher a lixeirada que produzem.




Às vezes questiono-me se estas pessoas apresentam o mesmo comportamento dentro de suas casas, abandonando os papéis, os plásticos e tudo o mais pelos compartimentos da casa....


É claro que, nestas coisas da falta de formação ao lidar com os lixos, há sempre excepções. E mais uma vez, se pode constatar que há gente "preocupadissíma" com o acondicionamento do mesmo!







Trata-se daqueles que acreditam (ou querem dar ideia disso) que o lixo ficará eternamente acondicionado dentro dos sacos .... e que um dia há-de passar por ali um ou mais daqueles "amigos do ambiente", que muito preocupados com a natureza levarão o lixo dali para fora. Portanto, para quê estar com mais incómodos, agora que estamos em plena fase de digestão das febras ou das sardinhas bem regadas e só nos apetece é ir embora e chegar a casa rapidinho?

"Vamos Limpar Portugal"? Nem pensar!!!!!! Não alinho em marketing ambiental, que apenas serve para preencher os Planos de Actividades e as agendas de determinadas instituições e grupos!

Para mudar comportamentos nesta matéria como em várias outras entendo ser bem mais apropriado, em primeiro lugar educar e formar consciências ("Vamos Sensibilizar Portugal"), em segundo lugar, regulamentar e fiscalizar comportamentos ("Vamos Fiscalizar Portugal" ) e em terceiro lugar, proceder à aplicação de fortes coimas a todos os infractores ("Vamos punir Portugal").

Só assim, como em outros países da Europa, onde o livre depósito de lixo é impensável em parques, florestas, zonas de lazer.....se pode ordenar a paisagem, valorizando a beleza das zonas verdes em detrimento da vulgarização da imundície.

sábado, 10 de julho de 2010

Fora de portas (1) - dar banho à minhoca, pescar algas e sujar a Ria



Entre o Muranzel e S. Jacinto, as margens da Ria estão invariavelmente repletas de pescadores desportivos, sobretudo durante o fim-de-semana. São estes pacientes homens (e também umas poucas mulheres) que de forma estóica lançam vezes sem conta ao longo de uma manhã ou de uma tarde o isco à água na esperança de uma pescaria no final da jorna. Grande desafio este!
Pena é que se esqueçam no fim da "festa" de levar para casa o isco sobrante e sobretudo o vasilhame onde o mesmo esteve.

Mas, como diz aquele provérbio tailandês ou "o peixe é esquisito ou os pescadores não percebem mesmo nada do ofício". É que, frequentemente, se assiste àquela luta feroz entre pescador e anzol.......a cana a vergar, a vergar cada vez mais, ......a linha totalmente tensa, a ser puxada cuidadosamente para o carreto, ......e os olhos postos na linha, à espera de ver aparecer a todo o momento um robalo a sair da água preso no anzol. Mas, infelizmente (ou não) em vez de peixe vêm quase sempre....as verdinhas algas..... que logo, por entre palavrões, são depositadas nas rochas.....a secar.
Pescadores ajudam a limpar as águas da Ria! (podia bem ser uma manchete de jornal de sábado ou domingo). Mas a sim ser, seria seguramente um título bem enganoso!
Senão vejamos o que estes pescadores (poluidores) deixam de consciência tranquila em qualquer lugar onde se instalam:





Que farão estes saquinhos tão cuidadosamente encostados? Estão seguramente à espera de alguém.....de quem será?
Não teriam tido melhor destino se tivessem sido colocados no contentor apropriado ou levado no carro do próprio pescador desportivo até ao eco-ponto mais próximo?

E foram 3! Mas quem as bebeu ainda teve o equilibrio suficiente para não as deixar tombadas.......de qualquer maneira pelo chão. Cuidadoso!
Pena é que seja daquela estirpe de "gente fina", que simplesmente não as pôde levar ao eco-ponto próximo.
E aí vai ele!
Um saco plástico voou da margem até à Ria. Se juntarmos aos sacos, que a voar vão parar à água, as latas, os garrafões de água, e muitos outros objectos deixados irresponsavelmente nas margens por estes poluidores «desportivos» teremos uma Ria atrofiada de lixo e de gente badalhoca, a pedir que se aplique sobre eles o princípio do poluidor-pagador.
Bom seria que a GNR que frequentemente passa por esta estrada estivesse atenta a esta faina,.... e se se pudesse apear do jipe e exercer uma actividade fiscalizadora sobre esta gente..... gente, a necessitar urgentemente de educação, tal qual, como de peixe pró anzol.
É por estas razões que é bom viver na minha terra. Cá, não há disto!